quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Caro Noel

Caro Noel, resolvi escrever essa carta não só pelos pedidos, mas também por que esse ano foi um ano diferente, mais diferente do que o normal, e você precisa saber, é claro.
Esse ano eu fui o meio termo, muito mais do que era antes. Fui bom. Fui ruim.
E só deixei a situação sair do controle na frente de quem realmente conseguiria agüentar. O mais diferente desse ano foi que... Antes eu sempre guardava minha raiva para não discutir, mas chegava uma hora em que eu tinha que colocar pra fora. Mas eu explodia com quem estava envolvido, já esse ano fiz diferente. Dessa vez continuei guardando, mas fui covarde. Não falei o que eu tinha para falar para quem tinha que ouvir dessa vez eu simplesmente resolvi não discutir, não explodir para algumas pessoas. E o porquê, não importa mais. Mas agora quem tiver que ouvir algo de mim, provavelmente ouvirá. Outro fato importante desse ano, meu bom velhinho, é que eu passei de uma fase, e só há pouco tempo percebi. Meus amigos, amigos mesmo, continuaram os mesmos, e os outros... Bom, não sei mais, porque foram embora, assim como eu fui. Esse ano foi um ano de provações, e provocações também. Fiz algumas coisas que eu nunca tinha pensado em fazer, e isso é bom porque algumas coisas nos enobrecem. Também esse ano chorei por alguém, outra coisa que eu (sinceramente) não considerava algo provável de acontecer. É engraçado pensar nisso agora pelo fato que eu nunca me considerei frio, mas antes se eu visse alguém passando na rua chorando (coisa que já vi algumas vezes) eu pensava “foi demitido”, e hoje penso “pois é mais alguém levou uma bota” hahaha. Enfim Noel... Aprendi coisas suficientes por um ano, mas não muito. Contudo, fui um bom garoto, por isso... EXIJO meus presentes hahaha
Minhas recompensas.
Obrigado Noel, e anda logo!
PS: Os textos de "Andrea" não são meus, bjs

sábado, 13 de dezembro de 2008


Preciso de alguma inspiração..

sábado, 6 de dezembro de 2008

Andrea 6

Adeus Andrea
Andrea, esta é a minha última carta. Pelo menos a última que escrevo pra você.
Só pra constar o quanto eu devo ter te amado, minha querida. Devo ter, pois não sei ao certo o que sentia quando dizia que te amava.Finalmente. Posso afirmar com clareza tudo o que mais desejei enquanto estive ao seu lado. Suas meias e as torradas com geléia de morango. Suas meias ficam marcadas nos tênis ficam tão marcados nas meias quantos os meus. Ficam tão coloridas quanto às cores do tênis, o que eu particularmente, não entendendo. E as geléias. Você gosta de geléias de morango com torradas. E seu tênis azul fica marcado nas meias, como minhas meias ficam marcadas do meu tênis vermelho. E você come geléias de torrada com morango. Quer dizer... Ah, deixa pra lá. É tanta a minha euforia que nem sei mais ao certo o que dizer.
Preciso te falar: comprei um novo guarda-chuva, minha querida. Não terei mais que correr durante a chuva para resgatar minha fortaleza de secura. De qualquer forma, é inútil. Desde que começou essa época primaveril de chuva eu desisti de usar. Andar ao léu na chuva sem guarda-chuva é o que há de melhor. Junto com esse frio ensolarado que toma conta dos meus dias e dos meus que, por acaso, minha querida, você não tem mais onipresença neles.
Andrea, minha querida. Como eu te amei. Amei. Amo.
Podemos tomar chuva ao menos mais uma vez juntos? Caminhar sobre aquela areia fofa de praia que sua foto eternizou? Comer maçãs do amor até nos empanturrar e ficar com a boca azeda de tão doce? Fazer aquele passeio de carro, no transito, enquanto você ajeita seus cabelos no retrovisor do meu carro?Nos beijar acidentalmente como naquela primeira noite dos meus sonhos?
Nem toda a modificação do universo poderá tirar o sabor dos seus lábios da minha boca. Nem todas as mulheres do mundo podem tirar o suave toque dos seus cabelos por entre os meus dedos. Nem toda a cegueira me fará esquecer seus olhos brilhantes e faiscantes de tão azuis, na qual é extremamente fácil de se perder.Ninguém poderá tirar a sua voz dos meus ouvidos. Sua voz foi feita para que eles a pudessem admirar, minha querida.
Mas era um sonho que já sonhei.
Andrea, perdoe-me por me deixar dormir em seu apartamento naquela noite. Estava sendo frustrante sobreviver sob os mesmos erros a toda ora. Os mesmos erros, as mesmas conversas, as mesmas palhaçadas, as mesmas discussões, o mesmo choro sofrido de raiva. As mesmas bebidas de leite. O mesmo banheiro imundo.De qualquer forma, sei que fora a única pessoa que me deu alguma atenção. Agradeço eternamente por isso.Alias, agradeço por me deixar desabafar com você sobre você, sem você imaginar que fosse você.
Obrigado Andrea
Adeus

Andrea 5

Andrea. Te odeio.
Não é mais uma mentira sem fim, Andrea. Assumo meu amor a ti e a ti confesso meu ódio por ti. Parece redundante e oposto, mas não é. Amei-te pelas tuas meias, seus sorrisos, seus olhos, seus cabelos, sua pele e mais alguma coisa que não me lembro. Odeio-te pelos teus gestos, seus gostos, sua ironia, seu macabro amor a qualquer um que cruza seu caminho, sua confiança a mim e alguma coisa que não possa ou não queira lembrar.
Odeio o fato de tanto suportar falar e odeio-me por ter de sobreviver aturando suas falsas lagrimas de amor desfeito, refeito, malfeito e feito. Eu demorei vinte anos até encontrar a verdadeira amada. E você encontra o seu verdadeiro amado a cada esquina. Céus, como estou repetitivo! Mas é só porque você é repetitiva, amiga-amante. Pronto, crio agora um titulo pra você! Amiga-amante. Amiga minha, Amante de todos os outros. Você é tão crua que posso até te delimitar em algumas palavras. Não é como todos os outros humanos, indefiníveis com relação a adjetivos.Você conseguiu.
Sabe quando despertou essa revolta em mim? Sabe?Desde quando desceu por aquela porcaria de escada do cursinho. Que, por acaso, não mais freqüenta. Faz um mês que não a vejo naquela droga de escada, que só serviu pra tirar meu sono a noite. Escada, frio, Andrea e sono. Combinação maldita. Te odeio
Te odeio.Como te odeio.
Amiga-amante. Desfrute da tua gloria social com seu sorriso a todos e suas lagrimas a mim. Porque todos desfrutam de seus sorrisos. Foi assim que conseguiu me atrair.
Sabe quando alimentou meu ódio, Andrea? Sabe?Quando reproduziu minhas palavras seguras de boa honestidade ou de ma interpelação, aparentemente ingênua. Sei, não sou dono de todas as minhas frases, que tens o mesmo prazer literário que eu, o mesmo pensamento sobre torradas com geléia de morango ou o mesmo idioma. Eu podia me gabar, em tese, mas foi naquele segundo que percebi o quão sugado venho sido.
Amiga-amante. Desfrute de sua glória social com minhas falas e minhas lagrimas que em silencio são derramadas. Meu choro puro que demorou poucos anos para surgir. Desfrute do meu amor que nunca mais terás odiável-querida, amiga-amante. Como diz Drummond (detesto reproduzir frases alheias a mim, pois de alguma forma não me sinto digno de reproduzi-las. Pena que não pense o mesmo.) “o meu ódio é o melhor de mim”, ou algo que o valha. Pense bem, você tem o meu melhor e o meu pior. Tens a minha chuva de lagrimas, minha dádiva de sorrisos, meus dedos alérgicos. Alias, teve. Não mais os tem.
Quer saber de uma coisa?Caralho, você é a primeira que eu escrevo cartas, a primeira a querer ser minha amiga (amante dos outros hehe), a primeira a ter meus olhos mareados e minhas brilhosas e escuras pupilas.Pode conferir, na minha primeira carta, que você nunca recebeu, o quão detestável ser eu sou. Nunca falo de mim nas cartas, pois sou tão medíocre que sequer mereço atenção. E por isso te odeio pelo fato de estar certa co relação a mim. Não lhe mereço, não mereço atenção. Mesmo você tentando me dar alguma. Não mereço uma foto ao teu lado como um idiota qualquer numa avenida sem fim onde pombas, carros, pessoas e folhas passam sem serem notados. Nem podemos, futuramente, nos deitar na grama fria e seca de algum lugar qualquer e rir das nossas fotos, porque nem isso temos.
Consegue imaginar esse dia? O dia em que nós nos reencontraríamos e estivermos longe dessa nossa situação atual que tanto me aflige e tanto lhe agrada, Andrea. Eu queria poder, mas meu futuro é tão negro quanto uma noite de sono mal dormida que já é de praxe eu presenciar.
Só pra reafirmar Andrea, te amo te odeio.Até a próxima e ultima.Carlo.

Andrea 4

Boa noite Andrea
Andrea
Esses dias de frio apenas aumentam a minha temperatura. Estou com febre. Estou doente a ponto de ir ao medico. Sabe que eu detesto medico, minha querida. Sabe disso.Ainda não faz o tempo chuvoso que tanto prezo. Apenas as poucas lágrimas duras que seqüelam meus olhos escorrem por entre as florestas do meu rosto. Apenas meus cabelos maltratados pairam sobre o céu da minha cabeça, definhando todos os meus sonhos importunos.E você está em todos eles minha querida.Não quero mais sonhos, Andrea. Eu sei que ao fechar meus olhos você vai descer as escadas como naquele nosso primeiro encontro, forçosamente forjado por mim. Eu sei que, ao fechar meus olhos, a taça escorregara por entre seus belos dedos que eu segurei naquela mesma noite. Eu sei que, se abrir meus olhos, haverá mais escuridão do que quando os fecho.Devo-lhe desculpas Andrea, novamente, pelos seus dedos. Arrependo-me tanto. Podes não acreditar em minhas palavras, mas quase que não durmo aquela noite. Não era minha intenção machucar sua mão com aqueles cacos de cristal. De qualquer forma, pode não ter tido importância para você. Mas insisto em dizer: quase que não durmo aquela noite. Por dois motivos muitos simples:Não sei se me conhece a tal ponto, mas, acredite, sou um poço de arrependimento. Passo dias remoendo fatos, tentando me perdoar por algo errado, ou que meramente julgo errado, que fiz. A verdade é que eu fui um afobado, um descontrolado. Um completo imbecil por ter te machucado. Você diz que não houve zanga, minha querida, mas teus olhos não mentem por você. Seu silencio também não é um bem convincente. O seu silencio e o seu olhar foram na verdade o primeiro motivo da minha insônia.Mas eu me contradigo novamente. Não só a culpa de te ferir, mas o toque de teu existir.O segundo motivo foi por eu ter segurado sua mão entre as minhas. Suas mãos rosadas de belos dedos. O toque macio daquele membro gelado. O sangue vermelho estocado sobre o machucado daquela maldita taça que ousou te ferir.Por minha causa.AndreaFoi ao tocar sua mão que tive a certeza que te amava.Foi ao receber o seu olhar gélido que tive a certeza que me detestavaAndreaNão sentiras minha falta quando eu partir, que não tardara.Não sentirei sua falta quando partir. Carrego-te comigo em todos os momentosAndreaEscrevendo seu nome pela sexta vez nesta carta, meu olho lacrimejaram a tal ponto que nãopude me controlar. Não por você. Não por mim.Mas por essa situação triste que um alegre final não terá.Apagarei as luzes mais uma vez. Você vai surgir sorrindo e convidativa. A espera do embalo de mais uma canção que você vai escolher.Podemos fazer um trato?Escolhe a canção e eu escolho a emoção? Escolhe a aventura que eu escolho a temperatura? Escolhe a luz e então me seduz? Escolhe o dia e eu me encho de alegria? Você desconsidera meus últimos erros e eu ínsito no desejo?
CHEGA! Quanto disparate estou dizendo!
Se bem que eu tenho certeza que, só seria disparate, se você lesse ao menos uma linha desta carta.E eu sei, nunca leras.
Boa noite Andrea
Carlo

Andrea 3

Sobre Andrea
Você pode não entender muito bem meus sentimentos sobre a Andrea. Querendo ou não, nem mesmo eu entendo, meu colega. Espero poder entende-la um dia.Ou até mesmo me entender.

Andrea 2

De novo, Andrea
É sempre assim.Já percebeu que toda vez que te vejo Andrea, chove? Não? Comece a perceber.Hoje foi aquela tempestade, onde o meu guarda-chuva saiu voando de novo. Sabe, ele adora fazer isso comigo, me abandonar no meio da tempestade, e torcer. Eu só queria que você estivesse lá comigo, pra me ajudar a pega-lo, mas é pedir muito. Sei que você ainda não percebeu o que eu realmente quero contigo. Sei que você conversa comigo por educação. Sei que você nunca vai estar comigo a pegar o guarda-chuva quando ele voar.Você nunca vai ser minha pessoa amada, Andrea.Eu queria te dar um pouco de geléia de morango com torradas. Talvez você não goste, não sei ainda, mas eu sei que o café você prefere puro e sem creme. Eu percebi. Aliás, eu te segui durante várias noites. Marquei seus horários, consultei seu nome, descobri sua posição de matrícula do cursinho.Eu fiz tudo por você Andrea.E agora fui longe demais pra desistir de você.Eu posso ver a cor das suas meias quando você as tira. Seus tênis são iguais aos meus, impregnam suas cores em nossas meias. Não quero ser o seu lavador de meias nem o aliciador de seus pés, mas eu tenho uma curiosidade enorme em ver como você tira o sapato e como você anda pela casa. O modo como você se despe. Não, eu não sou nenhum tarado de plantão, mas imagino a maneira graciosa que suas roupas são espalhadas pela cama.Quer saber de uma coisa? Eu não vou tentar te esquecer porcaria nenhuma. Nesses últimos dias que passei ao seu lado, te ouvindo calmamente, eu estava berrando por dentro. Eu aclamava por fora. Eu ria. Eu gritava. Eu chorava. Eu morria por dentro. Você não deve ter percebido, assim como não percebeu que só nos encontramos nos dias de chuva.A chuva era no meu rosto. E tinha o leve gosto de lágrimas.Leve gostinho amargo das lágrimas que você não viu.Estava ocupada pra ver. Mas não estava tirando as meias.Sabe, eu fiz várias coisas sem perceber. Sabe a música? Sim, aquela primeira música. Se você pedir as propriedades do documento, vai ver um pequeno comentário. Eu escrevi lá porque sabia que você nunca ia ver. Mas eu prefiro assim. Que você não saiba, que você não sofra, que você não morra. Que você não coma geléia de morango com as torradas. Pode ser que você nunca as coma, ou que coma todo dia, mas isso é algo que talvez eu nunca descubra, ou descubra amanhã. Depende de nós. Aliás, de mim. Basta eu fazer uma misera pergunta.Céus, por que é tão difícil fazer uma pergunta? Talvez porque essa pergunta seja tantas embutidas. Aliás, quantos milhares de sentidos podem ter em “você gosta de geléia de morango com torradas?”? Somente milhares! E o único sentido talvez nunca seja captado. Mas, Andrea, não me peça maiores explicações. Nunca vai me pedir também, eu sei, mas é sempre bom que eu possa pedir.Eu cansei de mentir. Eu cansei de chorar. Eu cansei de espernear. Eu cansei de tomar iogurte de salada de frutas. Principalmente daqueles de pozinho, que você deve misturar no leite. Eu cansei de tudo. Mas não consigo me cansar de cansar de você. Eu me canso de você todo momento. E mesmo assim você me reconquista a cada fração de segundo que existe nesse relógio maluco que se chama coração.Está desregulado.Está atrasado.Está muito adiantado.Está sem pilhas.Preciso de ajuste.Preciso de açude.Preciso de você.Preciso chover.Preciso comer.Preciso amar.Amar é me desregular.Está desregulado. Está atrasado. Está muito adiantado...E você ainda não tirou os tênis. Por favor, não os tire. Seria demais pra mim. Não quero ter como visão essa perfeição de ver você tirando os tênis. Suas meias. Suas roupas se espalhando lentamente pela cama. Não, eu não sou tarado, já disse. Aliás, estou sendo um bocado repetitivo, não?Aliás, você nunca vai ler isto, Andrea. Simplesmente porque eu nunca vou enviar.Então aqui vai o que eu realmente preciso dizer.Eu preciso de você. Você, como eu disse a minha amiga Iluminada, é o raio de sol que brilha durante a noite. Você brilhou nos meus sonhos. Nos meus passos. Nos meus desejos. Você. Você. Você. Você é a droga mais viciante que eu poderia usar. Mais do que suco de caju, muito mais.Tem mais mil coisas que eu poderia dizer, Andrea. Mil coisas. Mas acho quesó o que eu disse já está mais que suficiente. Talvez um dia, você me diga espontaneamente se come torradas de geléia de morango, se suas meias mancham, se você larga as roupas na cama, se você leu o meu pequeno comentário naquela musica. E responder a ele, sinceramente.De novo, Andrea, conseguiu me arrancar do sono.Não falo mais nada. Vou me silenciar e não mais me viciar.Não mais do que já estou.

Andrea

Busca
É possível acreditar em vilões naturais que se transformam em delicados sofredores. Claro que não, não existem vilões.Carlo buscava lábios que esquentassem os seus. Buscava um coração que acariciasse o seu. Por isso, Carlo criou vários amores, vários romances. E buscou em vários rostos os lábios que esquentassem os seus. Os corações que acariciassem. O sexo que lhe abraçasse.Enfim, Carlo era solitário e fingidor.Nunca havia amado ao certo ninguém. Nunca sequer havia derramado uma lágrima por alguma alma viva. Era frio por dentro. Era frio por fora. Era frio.Não pensem, porém, que era má pessoa. Contribuía com seu respeito e atenção àqueles que, de alguma forma, lhe agradavam.Tantas vezes fingiu a namorada seu paradeiro. Era inevitável, saiu-lhe de sua boca, transbordando, sem que lhe fosse pensado. E tudo que mentia soava razoável, enquanto a mente fugaz encontrava pontos onde suas mentiras podiam romper. Porém nunca encontrava. Mas essa não é a história das mentiras de Carlo.É a história do amor de Carlo.Mas também é necessário informar sobre as mentiras, deve estar pensando. Claro que é. Quer saber mais? Se eu não tivesse lhe dito das mentiras, você não entenderia o real motivo da história ser triste. Claro porquê é uma historia, das mais triste que já contei. É triste porque é real.Continuaremos as mentiras, depois prosseguirei para o amor.Carlo já fingiu chorar ao telefone com sua namorada. E assim que desligava, após longas horas chorando, levantava o rosto como se nada havia acontecido, e soltava aquela risada, cuja reverberação soava no coração de paredes sombrias que pertencia a Carlo. Mas não era porque queria, era apenas um instinto.Já fora muito maltratado no “amor”, mesmo que o fingido.A primeira garota amada se fora. A segunda garota virara-lhe o rosto. A terceira ficara com seu melhor amigo na sua frente. A quarta terminou porque descobriu que amava garotas. Fora o cumulo. Naquela pequena mente sombria e perversa surgia os detalhes de um novo plano de sedução, enquanto suas mentiras continuavam a surgir.Havia acabado de terminar com uma das garotas com a qual estava, pois outra já lhe enchia de vontade. Nem terminara de almoçar e já pedia a sobremesa. Não que fosse apressado, mas sempre que buscava o melhor.Sempre se corrompendo mais.Foi quando surgiu.Descia levemente as escadas, como se flutuasse. Era apenas um brilho prateado que vendava os olhos de Carlo, desejoso de alguém que lhe aquecesse os lábios. Mas o brilho passou direto e foi-se. Carlo sentiu suas pernas tremerem. Sua voz falhou. Seus olhos se dilataram e sua mente se clareou.Alguém havia lhe acariciado o coração. Coisa jamais feita.Não tinha mais que a sua altura. Tinha os cabelos louros e os olhos claros. Sua pele era clara como o olhar direto pro sol. Não era comum, não podia ser comum. Era mais que comum.Quando fora embora, os olhos lacrimejaram, de um ardor tão grande que não podia se imaginar. Aquilo havia iludido o pobre Carlo de tal forma que não agüentava mais em pé.Assim, chegara em casa, na quarta-feira chuvosa, onde se deitara pensando no brilho. Sonhara com o brilho. Acordara pensando no brilho.Mas o brilho não estava lá.Quinta-feira fazia algum frio. A chuva não tinha feito estrago nenhum. Mas o coração acariciado parecia destruído tamanha quantidade de coisas que lhe revestia as paredes. A reverberação do som era mais alegre, mais explicita. Mais juvenil. Ele voltara a viver. E se sentia amar pela primeira vez.Pode parecer: ‘que estúpida história, gosta de alguém que nem sequer sabe o nome’. Ai que tu se engana.Carlo conhecia a figura. Freqüentava os mesmo bares e as mesmas livrarias que o brilho. Mesmo que o brilho não se desse conta disso Carlo sabia até o nome do brilho. Andrea.Mas Carlo não fazia idéia se Andrea o conhecia também.Enfim, Carlo, naquela quinta-feira triste decidiu falar com Andrea. Sabia que encontraria no cursinho, ao passar por aquele longo corredor de paredes frias, cujas janelas estava sempre fechadas. Porém, Andrea teria prova, e Carlo ouviu ao passar pelo corredor, tentando ver novamente o brilho. Assim, Andrea estava com muitos colegas de classe envolta. Mas Carlo passou umas seis vezes pelo lugar onde ela estava.Sexta-Feira. Haveria uma festa onde os dois foram convidados. Caro esperava encontrar. Mas Andrea, com muitas faltas no cursinho, não comparecera.Passa-se o fim de semana com a angustia crescente no peito de Carlo.‘Segunda é o dia’, pensou. E foi.À noite, quando Carlo chegava, Andrea descia as mesmas escadas. Sem companhia alguma.Carlo ia passar direto, mas os lábios o puxaram na direção de Andrea. Perguntou porque não comparecera na festa. Sua resposta foi um sorriso aberto que encheu os olhos de Carlo de lágrimas. Mas as palavras daquela boca transbordaram belamente, fazendo surgir o som. Amigos não iriam, estouro de faltas no cursinho.Carlo tinha de estender o assunto. Disse que não fora legal, se tratando de uma festa promovida pelo Al, amigo comum de ambos. A festa fora uma porcaria porque Andrea não estava.Perguntou, então, a qual carreira queria Andrea seguir, para estar no cursinho. Outro sorriso, uma levantada de pé. Movimentos belos da boca soltaram as palavras. Exatas!Carlo percebeu que Andrea não se sentia tão a vontade, então se despediu do brilho e subiu as escadas, enquanto Andrea descia as outras.A afobação fora tanta que não parava de tremer durante a noite toda. Sentia-se quente. Sentia-se feliz. Ele se sentia tocado. Mas não falara o que queria para Andrea.Naquela mesma noite, Carlo, na frente de seu computador, encontrara Andrea no famoso site de relacionamentos. Não resistiu e convidou-lhe a participar da sua rede. ‘Que idiota. Enfiar o orkut no meio da história’ Era necessário.Seus gostos eram bem semelhantes. Suas mãos tremiam freneticamente ao ritmo imaginário do som da biblioteca de papéis no peito de Carlo.Porém, terça-feira que destruiu o belo sonho dentro dele.Sentia-se alegre. Sentia-se bem. Sabia que a veria novamente no cursinho à noite. Mas como era junho, não lembrava que as férias chegariam tão rápida e violentamente. Por conseqüência, Andrea não fora.Isso fez Carlo vagar pensando. Quando decidiu verificar seu correio eletrônico na própria escola. ‘Claro, está aceito. Até mais ver’Foi seco. Foi duro. Foi impactante. Foi o fim pra ele.A ingenuidade e a sagacidade de interpretação de expressões fazia Carlo realmente acreditar que Andrea correspondia a seu flerte. A resposta fora totalmente rude e seca.No caminho para casa, Carlo chorava como criança. Os sons na sua orelha reboavam nas telas de vidro de seu coração quase despedaçado. Um colega, entendendo o fato, dissera para ter calma e ir devagar, pois Andrea pode realmente corresponder. Era o que precisava ouvir, mas a questão é que Carlo acreditava cegamente que Andrea iria corresponder bem diretamente. Mas não foi o que aconteceu.Na chuva, sem agasalho e solitário, Carlo descia a alameda onde todas as noites caminhava até chegar em sua casa. Tivera seu primeiro ataque nervoso em anos. Tivera isso algumas vezes na infância, mas não acontecia como aconteceu.Carlo ria e chorava ao mesmo tempo. Os fones de ouvido ressoavam uma musica de influencia hipnótica sobre o ouvinte. Aquilo tomou conta dele de tal forma que os joelhos cederam no meio do aguaceiro que a chuva causava. Era triste e sofrido. ‘Claro, está aceito. Até mais ver’. Como assim?E os meus lábios aquecidos? E o meu coração acariciado? E o meu corpo agitado?Não agüentando mais rir e chorar, Carlo se largou no chão, e por lá ficou uns dez minutos, rindo e chorando feito um louco qualquer.Como disse, essa é a historia mais triste que já contei na minha vida. Você deve pensar: ’que história mais ridícula, foi só uma frase idiota’. Mas a questão é: o coração do homem inabalável fora transformado e arrasado pelo brilho prateado que desce as escadas. Porque suas mentiras não fariam efeito em Andrea, que nem deve saber que Carlo existe, pra ser exato. Não te afeta, saber que o homem mentiroso, sedutor e frio foi atingido tão violenta e bruscamente?Pois é, essa é a historia mais triste que já contei na vida.Porque meu nome é Carlo. E hoje ainda é Terça-feira chuvosa.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Jolene

Jolene,Jolene,Jolene,Jolene;
Eu imploro a você, por favor não me tome o meu homem;
Jolene,Jolene,Jolene,Jolene;
Por favor não o leve, mesmo que você possa;
Sua beleza é incomparavel;
Com os cachos flamejantes de seus cabelos ruivos;
Com sua pele de marfim e com seus olhos verde-esmeralda;
Seu sorriso é como o suspiro da primavera,
sua voz é macia como uma chuva de verão;
Eu não posso competir com você,Jolene;
E ele fala em você enquanto dorme;
E não há nada que eu possa fazer;
Para segurar minhas lágrimas quando ele chama por teu nome, Jolene;
Eu consigo facilmente compreender;
Como você pode facilmente tomar o meu homem;
Mas você não sabe o que ele significa pra mim, Jolene;
Você poderia escolher qualquer homem;
Mas eu nunca poderia amar novamente;
Ele é o unico homem para mim, Jolene;
E eu precisava ter essa conversa com você, Jolene;
Minha felicidade depende de você;
E o que voce decidir fazer, Jolene;

Jolene

jolene jolene jolene jolene
I'm begging of you, please don't take my man
jolene jolene jolene jolene
please don't take him just because you can
your beauty is beyond compare
with flaming locks of auburn hair
with ivory skin
eyes of emerald green
your smile is like a breath of spring
your voice is soft like a summer rain
I cannot compete with you jolene
he talks about you in his sleep
there is nothing I can do to keep
from crying when he calls your name, jolene
jolene jolene jolene jolene
I'm begging of you please don't take my man
jolene jolene jolene jolene
please don't take him even though you can
well I could easily understand
how you could easily take my man
but you don't know what he means to me jolene
you could have your choice of men
but I could never love again
he's the only one for me jolene
But I had to have this talk with you
my happiness depends on you
and whatever you decide to do jolene
jolene jolene jolene jolene
I'm begging of you please don't take my man
jolene jolene jolene jolene
please don't take him even though you can

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ruim, mas normal

Vim aqui para escrever porque simplesmente não quero conversar com ninguém em específico agora. Não quero "despejar" as coisas ruins que estou sentindo agora em cima de ninguém, porque muitos não precisam disso e para quem precisa, eu não tenho coragem de falar. Decidi que voltarei a estudar inglês por minha conta mesmo, amanhã estarei na biblioteca para ver uma amiga e ja aproveito para começar a estudar, ja que em casa não consigo mesmo. Mas voltando ao assunto (meus sentimentos, hahahaha) enfim, eu realmente estou melhor que antes, mas não consigo deixar de ficar chateado com alguns. Na maior parte do tempo me sinto muito sozinho, não quero ser grudento, tenho controlado bastante meus impulsos ultimamente, mas mesmo assim eu não me sinto querido, digamos assim. A impressão que muitas vezes fica é que estou de passagem por ser o passatempo. Há alguns meses perguntei para uma pessoa: "Quais qualidades você gosta em mim?" e ouvi "A.... você é bonitinho"
Muitas vezes seguro o que quero falar por que penso que é o certo a fazer, na verdade acho um pouco infantil ficar dando indiretas, por isso enquanto eu não for capaz de ser direto e falar o que penso na hora certa, não falarei nada. Também sempre ignoro o que TODOS me dizem sobre isso. Sempre digo "eu sei, todos me falam isso" e concordo com o que dizem, porque se estivesse no lugar deles, diria o mesmo. Mas é difícil quando não está vendo do lado de fora da história. No fim das contas sei que dou mais valor para algumas pessoas do q essas para mim, mas isso é normal. Ruim, mas normal. Sempre me incentivaram a ir atrás do que quero, fazer o que gosto, dizer o que penso! Mas estou cansado de sempre correr atrás de Quem quero, de declarar o que sinto por que é como se eu estivesse correndo sozinho, sentindo sozinho, sem nenhum incentivo. Seria muito bom se esse alguém mostrasse interesse assim por mim. Mas não é bom contar com o inusitado.